Esse casal foi responsável pela existência de um dos prédios mais imponentes da cidade, o primeiro cartão postal que se vê quando se chega à cidade ou mesmo quando se passa por aqui e forçosamente tem que atravessar a cidade.
João Ribeiro de Mattos nasceu em 14/04/1899 em S.Domingos, sendo o segundo dos dez filhos de Ezequiel e Carolina Augusta. Já Maria José Ferreira de Mattos nasceu em 28/04/1894 no Miranda, sendo a primeira dos 8 filhos de Carmino e Ana Izabel. Antes de se casar, ela foi a primeira professora na Escola Rural do Congonhal na Fazenda de Antônio José, irmão do Cap.Cláudio.D.Zezé, de baixa estatura, tinha uma voz privilegiada e por causa disso passou a fazer parte do coro da Igreja Matriz com a sua “voz soprano” com outras pessoas que foram ensinadas pela esposa de Thomé Brandão.Depois do casamento, o casal passou a residir na cidade onde tinham um comércio de secos e molhados na Rua do Rego (av. 2) hoje denominada João Silva, onde nasceram os seus 5 filhos e onde viveram até 1939, quando compraram o antigo Hotel Bella Vista. Como a Estância estava em franco progresso, desmancharam o velho casarão e com muita luta e sacrifício devido à Segunda Grande Guerra Mundial , fizeram um prédio que se tornou o Hotel Mattos, denominação essa que conservou até 1958, quando o hotel foi vendido aos espanhóis atuais proprietários.
Ná época da venda do Hotel Mattos, o fundador deste, João R.de Mattos já havia falecido e todos os seus filhos já estavam casados.
D. Maria José, como podem ver, era uma mulher muito religiosa. Então, quando eram recém casada, João o seu marido e o amigo Armando Almeida foram sorteados para servir o exército em Três Corações. D. Maria José e D. Mariquinha fizeram promessa a N.S. Aparecida e o nome dos dois desapareceu da lista, fato acontecido em 1919 e considerado pelas duas famílias como um milagre.Por causa disso, os dois foram os pioneiros em romaria à Aparecida, o que faz Cambuquira a primeira cidade da região a mandar romeiros para aquele santuário mariano.João de Mattos foi um homem à frente do seu tempo, tinha a visão da solidariedade, embora politicamente parece não ter tido o reconhecimento do povo. Assim ele e mais alguns cambuquirenses de fé construíram a primeira casa paroquial da cidade e também a primeira casa da Vila Vicentina. Como homem de caráter firme e honestidade, ele foi nomeado também para Delegado de Polícia, quando na função construiu a primeira cadeia da cidade e foi o líder da construção da primeira rodoviária de Cambuquira, demolida por D.Antônio quando construiu o novo terminal de ônibus da cidade, o que foi uma pena pois apesar de simples era muito charmosa e poderia ter sido conservada como terminal turístico como almejavam alguns.
João faleceu em 21/08/1954 ainda jovem com apenas 56 anos. Já D. Maria José, ou D. Zezé de Mattos ficou viúva por 34 anos vindo a falecer em 1988 com os seus cabelos brancos como algodão aos 94 anos ainda muito lúcida.
Deixaram os filhos: João Jurandir Mattos, José Jair de Mattos,Sebastião Valdir de Mattos, Benedito Ari de Mattos e Maria Jacy Mattos (foto à direita) e 18 netos.Na foto ao lado os irmãos Mattos em Aparecida do Norte- sp.
Essa matéria foi baseada em informações enviadas por J.Afonso e por ele coletadas junto à filha do casal.
A foto do Hotel Mattos foi enviada por Renate Köhler, hoje Drews, cambuquirense-alemã residente em Kiel (Alemanha) que gentilmente nos cedeu essa bela imagem.
A foto de antigo Hotel Bella Vista foi copiada da obra "Memórias" de Cambuquira - de autoria do Pe. Antônio Ferreira.
As demais fotos são originárias do arquivo particular da família que nos foram cedidas para esse registro histórico. Propaganda:
que muito fizeram por esta cidade."
Na foto colorida à direita:Da ESQUERDA PARA A DIREITA; Benedito Ari Mattos, Sebastião Valdir Mattos, Maria Iracy Mattos, José Jair Mattos e João Jurandir Mattos.
Nota do blog: "Este casal merece muito mais do que um simples destaque numa página da internet. E, está na hora de nossos políticos reconhecerem os verdadeiros valores daqueles
Um comentário:
Eu, Maria Izabel de Oliveira Mattos, sou a neta caçula deste ilustre casal "Vovó Zezé e Vovô João". Não tive o prazer de conviver com meu avô, já com vovó vivi várias travessuras. Achei genial este blog, pois contar histórias de pessoas que contribuíram para a comunidade de onde viveram é um exemplo para todos nós de que possamos sempre deixar algo para nossa descendência. As raízes de uma família se solidificam quando partilhadas para o bem de todos.
Postar um comentário