JOÃO BONIFÁCIO BARBOSA MARTINS, "o retratista a creiom".
Este é o auto-retrato desenhado por João Bonifácio Barbosa Martins, que conforme publicado no livro "Memórias" do Pe. Antonio Ferreira, onde há há uma foto dele ao lado do Padre Salvador Morelli com o seguinte texto:
"João Bonifácio Barbosa Martins. Por espaço de trinta anos desempenhou o ofício de Sacristão. A natureza dotou-o de bastante engenho. As pinturas que decoram as paredes de muitas igrejas do sul de Minas, ainda hoje lembram o seu nome. Quase não há uma só casa em Cambuquira onde não se veja um retrato a crayon, desenhado pelo velho Bonifácio."
Solange Ribeiro, sua bisneta, nos informou que pesquisando há alguns anos na biblioteca de Cambuquira, no livro do Dr. Thomé, encontrou a seguinte descrição em nota sobre o antigo Hotel Globo:
" No primitivo prédio funcionava o Hotel Lourenço da Veiga, até aproximadamente 1896, quando nele se instalou uma escola, cujo mestre era João Bonifácio Barbosa Martins, o velho sacristão da Igreja, auxiliado por D. Maria Francisca do Nascimento, sua esposa, mais tarde professora pública e posteriormente do Grupo Escolar, cargo no qual foi aposentada."
Também na biblioteca de Lambari,essa dedicada pesquisadora das obras de seu bisavô encontrou um Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos- Instituto Nacional do livro - MEC Valmir Ayala- 1977 Volume 3 M-P onde aparece a seguinte descrição:
"Martins, João Bonifácio Barbosa - ( Três Pontas, MG-1840-?,1918), pintor,cenógrafo e músico, ativo em Minas Gerais. Pintou os quadros da Paixão, no antigo Hotel Sul-Mineiro,por encomenda de um senhor de São Thomé das Letras, em 1881; trabalhou nos cenários da peça A Cabana do Pai Tomás, em Campanha, Minas Gerais (1882), época em que também desenhou o retrato do Viscondedo Rio Branco, quando vivia na rua do Hospício, em Campanha. Pintou o teto da Igreja das Dores, em Campanha, que não mais existe. Por volta de 1883, seu nome era muito conhecido em Cambuquira, onde o chamavam "O retratista a creiom", pelo número de retratos de veranistas que desenhava. "
No dia 4 de maio de 1904, foi-lhe feita uma homenagem. De sua obras existem dois retratos em Cambuquira e um trabalho seu pertence ao sr. Paulino Lemos de Sousa Cardoso, seu bisneto, residente no Rio de Janeiro."
João Bonifácio morreu aos 79 anos, por isso a data correta do seu nascimento é 1839.
Descendência: (dados genealógicos fornecidos por Nair Martins Branco*, sua neta)
1. João Bonifácio Barbosa Martins e Maria Francisca do Nascimento, tiveram os seguintes filhos e seus respectivos esposos , dos quais geram muitos netos, bisnetos e até trinetos:
Télio
Télio Barbosa Martins e Ana Cândida Ferreira Martins;
Luiza Amália Lemes e Benjamin Lemes; Amália
Maria da Conceição Martins de Souza e Joaquim Luciano de Souza;
Maria de Lourdes Martins Montenegro e José Montenegro;
Judith Martins Branco e Manoel Fernandes Branco (pais de Nair *,informante da genealogia);
Geraldo Barbosa Martins e Iolanda Martins.
* "Nair Martins Branco, informante desses dados genealógicos, filha de Judith e Manoel, foi criada pela tia Maria Amália c/c Benjamim Lemes- Nair foi casada com Roberto Pessoa Lopes, com quem teve os filhos: Andre Luís, Cristiano e Rodrigo."
Essas "fotos" são na realidade duas obras a crayon feitas por João Bonifácio, sob encomenda:
à esquerda, uma donzela onde pude identificar a descrição "S.Lemes", o que me leva a crer que é uma personagem do clã de Cambuquira e Campanha.
à direita, é o senhor Astolpho Resende, rico fazendeiro de Carmo da Cachoeira e figura importante da cidade de Varginha-mg.
Acima está o seu autorretrato, apesar do mau estado de conservação, dá para ver a semelhança física com um dos seus bisnetos cambuquirenses, Benjamim Gardona, que herdou do seu bisavô os mesmos dotes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário