quinta-feira, 26 de março de 2009
ARMINDO COSTA - Fotógrafo.
Armindo Costa ao se dedicar à fotografia naqueles tempos dos primeiros anos desse lugar como cidade, nem imaginava que ao lado de Thomé Brandão e mais tarde com Manoel Brandão, seriam aqueles que registrariam a história de nossa cidade. Thomé, que fora se tornou prefeito, como mais tarde o seu filho Manoel também fez o registro escrito. Armindo se encarregou de registrar a cidade através das lentes de sua câmera.
Encontrei essa foto no livro "Memórias" do Pe.Antônio Ferreira, um eterno apaixonado por Cambuquira que lá na Bahia escreveu, editou e publicou sua obra dedicada à nossa terra, nela incluindo as pessoas mais importantes da época. Entre elas Armindo Costa.
Ao ver parte do acervo que deixou, podemos dizer que a maior parte dos registros fotográficos da Estância Hidromineral de Cambuquira são de sua autoria. E, é desse homem, cuja história nos passa pouca ou quase nenhuma informação, as principais lembranças dos bons tempos da Estância.
Armindo Costa, era filho de Manoel Rodrigues Costa, o Capitão Neco e homem de prestígio na cidade, e Noêmia da Silva Lemes. Seu pai foi o autor e encarregado do primeiro trabalho de captação das águas que abasteciam a cidade, provavelmente das terras de Cláudio Amâncio da Silva Lemes.
Por se falar em "Silva Lemes", sues pais eram parentes próximos. Pois, a mãe de Armindo se chamava Ana Rita da Silva Lemes ( filha de Antônio Joaquim da Silva Lemes e Feliciana Maria de Jesus) e Noêmia sua esposa, filha de Honório da Silva Lemes e Isabel da Silva Lemes, sendo Isabel irmã de Ana Rita, esposa do Cap.Neco, seu pai. Seguindo ainda a sua árvore genealógica, ambos descendiam de Antônio Joaquim, mentor da construção da primeira igreja da cidade e do seu irmão José Vicente, ambos filhos de Vicente da Silva Leme, irmão das três irmãs solteiras da história de Cambuquira; Ana, Joana e Francisca da Silva Gularte (filhos de José Vicente da Silva Leme e Rosa Maria Gularte ou Goulart, conforme alguns registros.)
Voltando à família Armindo e Noêmia, o casal teve 4 filhos: Costinha que acreditamos ter se chamado Armindo, além de Jandira, Wanda e Irma, as três formadas normalistas e por isso professoras na cidade.
Armindo Costa (ou Armindo Lemes Costa) era mesmo um artista da fotografia. E, mesmo com os escassos recursos técnicos da época, conseguiu elaborar um acerto impressionante,que infelizmente grande parte foi perdida no tempo. Mas, pelo pouco que tempos, arrecadados de terceiros ou copiados de arquivo da Prefeitura Municipal, nos proporcionam uma boa viagem através dos tempos.
Através de suas fotos, ele mostra ter sido um eterno admirador das belezas naturais da cidade que ele tentou focalizar pelos mais variados ângulos.
Na foto ao lado Irma e Jandira em cada lado do grupo.
As filhas do casal formaram-se como normalistas, a principal alternativa para as moças da época, fato esse que as fez fundar na cidade uma das primeiras escolas particulares do lugar(Foto acima)
Depois, quando foi criado a escola pública passaram a prestar os seus predicados para o Estado. Wanda, senhora já um pouco madura, casou-se mas na viagem em "Lua de Mel" acabou por falecer num acidente provocado por uma tromba d'água na Serra das Araras (anos 60) no Estado do Rio de Janeiro. Irma se casou e foi morar no Recife.E, pelo que parece, não deixou descendente, voltando à Cambuquira onde passou a lecionar francês do Colégio Estadual Clóvis Salgado. Jandira casada com "Quinzoca" deixou o filho "Renato", único herdeiro da família, que infelizmente não reside mais em nossa cidade. "Costinha", o filho mais velho, faleceu precocemente, o que contam os mais velhos, abalou muito a família que nunca se conformou com essa tragédia.
Na cidade resta agora a imponente casa vazia da esquina da Marechal Deodoro, subida da Matriz, restaurada e bela como testemunha da passagem dessa gente e de um nome que a história de Cambuquira nunca vai esquecer.
Armindo Costa sempre estará presente, principalmente na vida daqueles que se aventuram nessa viagem no túnel do tempo. Quer experimentar? Olhe na foto abaixo! Duvido que não tenhavontade de penetrar nessa janela, uma foto do nosso coreto quando o velho hotel ainda se chamava Empreza, hoje Trilogia, e nem era tema de filme de assombração, quando as palmeiras imperiais ainda adolescentes ainda miravam o infinito em busca do sol, ornamentando o cenário.
Na revolução, lá estava ele com a sua máquina fotográfica registrando a história para posteridade.
Essa era a Cambuquira que queríamos hoje, com todos os seus predicados, no sentido bom da palavra, imagem da prosperidade, cenário de alegria ou tudo mais. Graças a Armindo Costa ainda temos o privilégio de ver tudo isso nem que se seja pela fotografia e com ela sonhar que nossa cidade ainda consiga sair do poço fundo que foi jogada.
Ao lado foto das tropa da revolução de 30/32 (de autoria de Armindo Costa) quando esta estava em manobra no centro da cidade, preparando-se para enfrentar as tropas paulistas que já se estavam em Campanha, conforme nos informou a historiadora Angélica Andrès, daquela cidade.
A outra foto uma vista parcial do CTC tirada do parque das águas.
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